segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Vácuo

Qual é a importância do seu pensamento?

Como é sentir prazer por eles?

Prazeres no corpo para encobrir dores nos pensamentos?

E quando não há dores nem prazeres?

É vácuo.

São apenas pensamentos.

São idéias

São sonhos e esperanças.

São apenas lembranças.

Fatos, sustos, imagens, sons, cheiros...

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Se quiseres minha opinião.

Te dou.
Elas são somente minhas.
Se me perguntares?
Respondo-te.

E sinto prazer com isto.

Agora não sinto nada.
È uma paz mortífera.
Uma solidão.
Um sentimento de isolamento.
Assim, como exílio.

A solidão tem o mérito da constância.
Uma companhia sempre igual.

Ouço zunbir o computador.
Na distância automóveis.
E palavras como pensamentos raros.

sábado, 19 de setembro de 2009

Lembrem-se.

Do nada vim para o nada irei.
O que ganhei, não sei...

Apenas vivo.

Maus momentos como se fossem melhores.
Bons momentos como se fossem jóias.

Agradeço o pouco recebido.
Sei que vem da providência.
E das competências adquiridas.

Recebo o que cai do prato dos outros como se fossem presentes.
E agradeço.

Continuo comendo.
Não sinto culpa por viver assim.

Nunca tirei comida do prato de outro.

Quando errei, tive perdão.
Mas a consciência me pesa.

Saudades ardendo em febre.
Levam corações ao léu...

Fazem a vida em sofrimento.
Este é o exílio dentro de si.

Neste sentimento sutil.
Papeis se preenchem em vazios.
Apenas se trocam em sonhos.
Flutuam na noite como se companhia fizesse.
Como se fosse algo escondido.

Apenas são vazios.
Vazios com toda a segurança.
Com uma resistência infinita.

Lá fora o gato preso.
Cá dentro preso estou.

Aos ouvidos nem os grilos.
Às vezes é como morte.
Um tempo infinito.

Algo que não passa.

Por isso este insano fazer.


Ousar palavras sobre o papel.

sábado, 12 de setembro de 2009

Onde está o novo?

Pergunto a esta página.

De minha boca estas palavras não saíram.

De minha boca sai o grito de minha dor.

Minha consciência dói.

Lágrimas saem em forma de palavras.

Que as lágrimas possam se transformar em prazer.

Talvez seja o único motivo que faz prosseguir este que escreve.

Todas as palavras são de minha escolha.

E os pensamentos são teus.

O que elas dizem não me pertence.

Elas dizem o que entenderes.

Rosa murcha de fim de noitada.

Roupas esquecidas.

Histórias que palavras não podem contar.

Ser somente corpo.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Personagens

Figuravam entre as páginas dos livros personagens que não aparecem mais.
Personagens que se dissipam em poeiras que se depositam na história.



Tudo que faço é desperdiçar o tempo neste depósito.

O nome vem depois, primeiro é o que se pode apreender.

Todo o real não passa de reações.
A ação é a existência do outro.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Enquanto

Quando se decide um segredo?

Quando teu silêncio denuncia a verdade?

Quando há desleais ações?

Quando as palavras se desmancham no papel.

Enquanto a dor insuportável te leva.

As palavras estouram de forma analgésica.

Vai amigo a tanto não converso.

Se procurou estas palavras ou leu por acaso.

Não me importa.

As palavras vêm do passado.

A maioria é lixo cultural.

Precisamos apreender a separar o joio do trigo

E nesta escolha receber o raro tesouro que algumas nos traz.

domingo, 25 de janeiro de 2009

A Luta

Lutamos para sobreviver a espera da inevitável morte.
Lutamos para que se valham nossas opiniões.
Lutamos para que os ideais dos outros sejam destruídos.
Lutamos...

Quanto de pacificador existe em nós?
De lutador, tenho certeza, muito há.

Quantas palavras são para serem simplesmente ouvidas pela sua beleza intrínseca?
Para serem entendidas, muitas se profere.

Quanto da vontade é para que outros sejam abençoados por uma graça?
Para satisfazer desejos, muita temos.

Quanto do pensamento é para sentir a beleza que eles podem ter?
Para o utilizar instrumentalmente, muito há.



Quanto ?

sábado, 24 de janeiro de 2009

A voz

Dentro ouço uma voz que geme em agonia.
Não me deixe morrer.
Clama a esquecida voz.
Uma voz que me acompanha e foge,
passa tempos sem se apresentar.
Uma voz triste, fraca.
Reclamando do exercício alienado do cotidiano.
Vivo os valores dominantes do meio social.
Não consigo mais respirar.
Estes valores me enfraquecem.
Retiram de mim o alimento que me faz viva.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Sinto.

O Que importa?
Pois quem sente,
está morto dentro do seu pensamento.
Quem sente é o eterno.
Carregas a morte como condição da consciência.
A morte é o sentido da consciência.
A eternidade é que dirige o sentir.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Talvez seja sorte este alucinar pela minha dor

Alucino em poemas.

Poemas são sonhos de ter prazer pelos pensamentos.
Neste exercício necessário de registrar palavras em papel.

Poemas são consciências agonizando em dor.
Nesta lida calejada de poeta.

Há quem compre um poema que pelas ruas se vende.

Quem dá um prato de comida por um poema?

Só se for do poeta já famoso.