quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Sobre a vida

Passamos todo o tempo esquecendo que a vida eterna é uma construção diária dos seres.
A nós seres pensantes cabe a sua construção ativa.
Por vontade, decisão e principalmente por amor.
A vida só existe pela vida.
Nada tão simples, mas difícil de entender.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Tem gente

Tem gente que teve infância e infância que teve gente.
Lembranças ao menos alegres de comilança em mesa farta.
Tem gente que teve sonhos e sonhos que teve gente.
Relâmpagos de consciência em derramamento de devaneios.
Tem gente que teve riqueza e riqueza que teve gente.
Estoques de bugigangas na alma estéril de criação.

Tem gente que teve...

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Perda de tempo



Sobre o branco derrama-se


idéias, palavras e tempo,


aquele que tem que passar.
Sobre o tempo derrama-se a vida,
numa infima parte do tempo.






domingo, 29 de julho de 2007

Negações da negação

Não posso negar minhas experiências,
mesmo que sejam as dos meus pensamentos.
Não posso negar pensamentos que me trazem prazer.
Não posso lembrar pensamentos que me trazem dor,
também não posso negar imagens que são como pensamentos.
Imagens que me trazem dor e as que me trazem prazer.
Sou a testemunha delas, assim como todos nós.
Não posso negar cores, impressões, sonhos e pensamentos.
Não posso negar sentimentos....

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Minha Pátria em Farrapos


Salve lindo pendão da esperança
Salve, símbolo augusto da paz!
Tua nobre presença à lembrança
A grandeza da Pátria nos traz.
Voltei ao lugar para tentar uma foto com uma luz mais baixa
Já tinham trocado a bandeira, me senti aliviado.
A Bandeira da pátria Brasileira é a Paz e o Progresso.
No edifício localiza-se departamentos da Associação Comercial do Estado de São Paulo.

Em 19 de agosto de 2007.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Se falo do falo

Desfaleceu o falo.
E se falo nisso
é porque não há segredos,
só ilusão de privacidade.
Porque é preciso acreditar.
Não acredito no escondido.
O escondido é o sentir iludido...

Desfaleceu em falos culturais.
Poderes, consumo, e fama.
A estocar lixo em aterros.
O coração explode em dor.
O cerebro se revolta.
Derrama-se da bouca o grito.
O grito que se escondeu,
mas que de tanto reprimido
rompe o silencio em rugido.

Chega disto e daquilo!

Nu me encaro como agente
Por não expressar esse grito.

Grito, grito e grito !

Se me respeita ou ama,
tenha paciência comigo.

Se às vezes digo que as flores sorriem

Se às vezes digo que as flores sorriem
E se eu disser que os rios cantam,
Não é porque eu julgue que há sorrisos nas flores
E cantos no correr dos rios...
É porque assim faço mais sentir aos homens falsos
A existência verdadeiramente real das flores e dos rios.

Porque escrevo para eles me lerem sacrifico-me às vezes
À sua estupidez de sentidos...
Não concordo comigo mas absolvo-me,
Porque só sou essa cousa séria, um intérprete da Natureza,
Porque há homens que não percebem a sua linguagem,
Por ela não ser linguagem nenhuma.


Do mestre Caieiro como dizia Alvaro de Campos


Alberto Caiero - Ficções do Interlúdio

domingo, 17 de junho de 2007

O mendigo Universal



Vinha pela rua o mendigo, na cidade grande da sociedade mais privilegiada
Era para mostrar que a miséria não é algo que se elimina através da riqueza.
A miséria existe em qualquer grau de privilégios.
Lembrei do sermão que ouvi e me acalmou o espírito.

Sinto a tristeza de enxergar através dos meus pensamentos.
Não sinto prazer no meu enxergar pelo corpo.
Existe uma homogenia desértica.
A cidade é um enorme cemitério.
Os bairros se improvisam em guetos,
Acampamentos para a sobrevivência.

Nas entranhas baratas, ratos, bois e homens.
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Um nada de tudo

Perdi o que nunca encontrei ou tive
Uma sensação de nada, vazio, branco ou escuro
Um nada de tudo é desabafo, confissão, mentiras e verdades
Mentiras introjetadas como verdades na cegueira cotidiana da cultura
Coisas que desejos não suprem
Dores, pois ter consciência doi.