sábado, 19 de setembro de 2009

Lembrem-se.

Do nada vim para o nada irei.
O que ganhei, não sei...

Apenas vivo.

Maus momentos como se fossem melhores.
Bons momentos como se fossem jóias.

Agradeço o pouco recebido.
Sei que vem da providência.
E das competências adquiridas.

Recebo o que cai do prato dos outros como se fossem presentes.
E agradeço.

Continuo comendo.
Não sinto culpa por viver assim.

Nunca tirei comida do prato de outro.

Quando errei, tive perdão.
Mas a consciência me pesa.

Saudades ardendo em febre.
Levam corações ao léu...

Fazem a vida em sofrimento.
Este é o exílio dentro de si.

Neste sentimento sutil.
Papeis se preenchem em vazios.
Apenas se trocam em sonhos.
Flutuam na noite como se companhia fizesse.
Como se fosse algo escondido.

Apenas são vazios.
Vazios com toda a segurança.
Com uma resistência infinita.

Lá fora o gato preso.
Cá dentro preso estou.

Aos ouvidos nem os grilos.
Às vezes é como morte.
Um tempo infinito.

Algo que não passa.

Por isso este insano fazer.


Ousar palavras sobre o papel.

sábado, 12 de setembro de 2009

Onde está o novo?

Pergunto a esta página.

De minha boca estas palavras não saíram.

De minha boca sai o grito de minha dor.

Minha consciência dói.

Lágrimas saem em forma de palavras.

Que as lágrimas possam se transformar em prazer.

Talvez seja o único motivo que faz prosseguir este que escreve.

Todas as palavras são de minha escolha.

E os pensamentos são teus.

O que elas dizem não me pertence.

Elas dizem o que entenderes.

Rosa murcha de fim de noitada.

Roupas esquecidas.

Histórias que palavras não podem contar.

Ser somente corpo.