quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Aonde começa minha virtude na representação daquilo que eu vejo?

Daquilo que escolho não há virtude alguma.
Somente sorte.
Não me preocupo pelo rio que tenho pela frente.
Somente com aquele que percorro agora.
Meu pensamento longe da língua acontece.
E há silêncio...
Há música não ouvida aos ouvidos.


Vai parceiro caminhando nos deveres e direitos.
Dentro dói.
Mas caminhas e questiona os méritos e valores.
Não encontras motivos.
Apenas caminhas como um fado.
E semeias o espírito na diversão que a palavra te concede.


Não há justiça que eu possa pensar, idealizar, desejar.
Somente há concessões de valores.
Somente a vida, o tempo.


Tens a consciência de quão escasso recurso é ela.
De quão pode ser perpetuada pelas ações.

Há idéias. Talvez?

Mas o que importa?

Tudo é sonho, cultura ou valores.

Tudo foi escrito, dito, ditado, lido, visto...

As coisas não são produzidas porque são necessárias.

São produzidas por serem possíveis.

Até os desejos são manifestados em imaginações.

Qual é o teu desejo inimaginável?

Quando responderes, já não mais o será.


Pois até a língua não passa de desejos.

Sonhas que escreves?

Mas sou eu que te conduzo na esperança do melhor que possa existir em ti,

ou sou o que te conduz pelo sofrimento que é a tua vida?

Respondes!?

Isso me diminui ou me engrandece? O que me falas?

Apenas acontece em palavras que somente acontecem nos teus ouvidos.

Sem sons, apenas lembranças, cultura e valores.

Porque teus pensamentos não te trazem sorrisos?

Porque desejos são apenas desejos e, palavras, palavras.

Substantivos.

Ações

Escolhas.

Ilusões

Sonhos.

Idéias.

Cultura.

Valores.

Prazeres?

Aonde sentes prazer meu caro?

No teu mérito?

Na ocupação do espírito no tempo?

Quando fores, fosses.

È assim.

Nenhum comentário: